Como identificar e tratar o atraso de desenvolvimento?
Os primeiros anos da vida são os principais quando falamos de desenvolvimento infantil. Em primeiro lugar porque é nessa fase que são formadas as características mais fortes das crianças. E em segundo lugar, porque o que acontece nesse período é, geralmente, o que vai acompanhar a criança por toda a vida. Se tratando de desenvolvimento infantil, é nessa faixa de idade, até os três anos, que podemos notar sinais de que algo não vai como o esperado. Quanto mais cedo esses sinais forem percebidos, mais chances de melhorar o desenvolvimento com intervenções precoces. Veja como identificar e tratar o atraso de desenvolvimento.
Conhecendo o problema
O que é atraso de desenvolvimento?
Quando uma criança não atinge o que chamamos de marco da idade, ela pode estar com atraso de desenvolvimento. O problema é caracterizado quando, por exemplo, uma criança de 2 anos e meio não forma pequenas frases simples. Ou ainda quando, na mesma idade, ela não prende a atenção em uma determinada brincadeira. É muito importante que ela siga, de forma natural, o marco, principalmente de sentar, andar ou de iniciar a fala.
Mas como esses marcos de desenvolvimento são calculados?
O cálculo é estabelecido de acordo com a média de idade em que cada coisa ocorre no geral. Existem variações de acordo com cada criança, mas quando o limite de idade não é atingido, é caracterizado o atraso de desenvolvimento. Esse atraso pode ser classificado de acordo com a área, ou áreas, afetada como, por exemplo: habilidades motoras, linguísticas, sociais, ou ainda de coordenação motora.
Como identificar?
Geralmente os pais conseguem identificar porque percebem que os filhos não estão evoluindo de forma igual ou parecida com outras crianças da mesma idade.
Sendo assim, o diagnóstico é feito por um médico especialista, que se baseia em algumas diretrizes pré-estabelecidas.
Atenção, papais! Cuidado com a velha história de “cada criança tem seu tempo e ritmo” que amigos e parentes gostam de falar. A demora exagerada em atingir determinado marco não pode e não deve ser negligenciada. Claro que podem existir variações, mas se você suspeita que está sendo mais demorado que a média, é preciso buscar ajuda profissional. Se não tratado, o atraso de desenvolvimento pode atingir níveis intensos com consequências irreparáveis.
Para garantir que o atraso não seja apenas uma condição temporária, geralmente o pediatra faz análises com breves intervalos para confirmar a evolução. Nessas avaliações são usadas diversas ferramentas de triagem como escalas e tabelas, por exemplo.
Seja por causa genética como a Síndrome de Down e/ou Transtorno do Espectro Autista (Autismo), ou até mesmo complicações do parto, como maturidade, por exemplo, o atraso de desenvolvimento pode ser tratado e ter suas consequências diminuídas.
Além disso, dependendo do estágio percebido e o motivo, os sintomas podem ser totalmente revertidos. Basta ter o diagnóstico precoce. E em casos que não seja possível a cura completa, o tratamento indicado por um especialista pode dar uma melhor evolução ao paciente.
Exemplos de sinais de atraso de desenvolvimento:
– Até 6 meses: não sustentar a cabeça;
– Até um ano: não engatinhar, não esticar os braços para tentar se locomover sozinho e não ficar sentado sem apoio;
– Até um ano e seis meses: não falar palavras simples como “mamãe” e “papai” e não fazer contato visual fixo;
– Até dois anos: não sorrir, não formar frases curtas e não seguir instruções como “senta” e “tire da boca”;
– Até três anos: não andar sozinho, não interagir (brincar e conversar) com outras crianças e não mostrar incômodos como fome, dor e frio, por exemplo;
Tratando o atraso de desenvolvimento
Para iniciar o tratamento adequado é preciso antes de tudo, identificar a causa. Afinal, o atraso de desenvolvimento pode se dar em estágios de acordo com a origem do problema. Mas, no geral, são indicadas sessões de fonoaudiologia (quando o atraso é mais grave na fala) e com um terapeuta ocupacional (quando há mais sintomas na parte neuromotora).
O tratamento em si não é feito de forma rápida. Pode durar semanas, meses e anos até que a criança apresente os parâmetros corretos de desenvolvimento. Mas no geral, ele consiste na realização de exercícios, de forma lúdica, para ajudar a fortalecer os músculos, corrigir a postura e tratar os reflexos e bloqueios.
A avaliação da eficácia do tratamento depende das características específicas de cada criança. Crianças com síndromes genéticas como paralisia cerebral, por exemplo, têm a evolução diferente de uma criança com autismo. Por isso, cada avaliação é feita de forma individual. Quanto mais rápido for diagnosticado o atraso de desenvolvimento, mais rápido os resultados podem ser maximizados.
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